sexta-feira, 25 de outubro de 2013
a verdadeira história de maria padilha
MARIA PADILHA - História
Um rei casado com uma princesa, que se apaixonou por uma bela e jovem feiticeira, parece conto de fadas, porém é a história de uma das mais importantes pombas-gira.
Está é a história da rainha Maria Padilha.
Está é a história da rainha Maria Padilha.
Nascida na Espanha Medieval teve o amor do rei Dom Pedro I de Castela, o qual foi chamado de "O CRUEL", pelo povo espanhol. Foi amante do rei, Maria de Padilha que era uma jovem muito sedutora. Viveu entre o ano de 1.300 à 1.400. Dom Pedro de Castela já estava noivo de Dona Blanca de Borbon, uma jovem pertencente a corte francesa, que foi enviada para Castela para casar-se com Dom Pedro, porque este estava já para assumir o Reinado do pai, no ano 1350. Dom Pedro I de Castela, não queria casar-se com Dona Blanca de Borbon, mais este casamento traria excelentes benefícios políticos para a corte Espanhola e Portuguesa.
Dom Pedro I de Castela era único filho do rei Afonso XVI com a rainha Dona Maria de Portugal.
Guerreiro cheio de honra e coragem vindo assumir o trono de Castela em 1.350. A cidade de Andaluzia no sul da Ibéria tornou-se capital do reino unido de Castela. Maria de Padilha foi viver no reinado de Castela como dama de companhia de D. Maria, mãe de D. Pedro I de Castela (O cruel). Padilha fez junto a uma árvore, um feitiço de amor, para conquistar o amor de seu rei ela preparou um espelho mágico vindo a fazer com que o rei se olha-se no espelho mágico sem saber que estava sendo enfeitiçado pelo poder do espelho.
O feitiço lançado ao rei pela poderosa Padilha seria eterno. Através deste feitiço, Dom Pedro se apaixonou por Padilha loucamente. Maria de Padilha e o Rei de Castela as escondidas começaram um grande caso de amor, onde sabiam que jamais seria aceito pela família e tampouco pela corte.
Maria de Padilha trabalhava na magia com um judeu cabalista e que estes a ensinou muitas magias e através destas... conseguiu dominar o Rei de Castela completamente. Ele tinha barba branca e usava um capote com desenhos de sinais poderosos da magia negra, com ele ela teria aprendido a arte da Goécia, a Magia Negra. Dom Pedro fez um castelo em Sevilha a pedido da Padilha, este castelo foi feito em estilo árabe palácio que foi construído e presenteado a Maria de Padilha pelo seu amado rei de Castela.
Então, Padilha passou a ficar como verdadeira rainha de Castela. Dom Pedro sua vinda ao castelo era secreta. Padilha mandou chamar uma bruxa de Andaluzia a qual era perseguida pela igreja, mas não se tinha provas de sua ligação com o Diabo, a qual fez um trabalho de amarração para Padilha onde o erotismo que uniu os amantes foi como um impulso sagrado. Em uma igreja havia um relicário onde em seu interior guardava uma relíquia, um cinto que diz ter pertencido a um santo.
Padilha então pensou se este cinto é poderoso, eu vou pegá-lo e assim retirou o velho cinto que estava ali. A seguir foi até o final da igreja onde havia uma tumba no qual estava sepultado um santo, aproximou-se da tumba, passou o cinto pelo ataúde, guardou-o e saiu. Pegou um pedaço de chumbo, derreteu, colocou em uma bacia com água e espiou La para dentro, em seguida pegou o chumbo e revirou-o para todos os lados por fim prendeu o chumbo ao cinto e levou o cinto ao seu amigo judeu Cabalista o qual trabalhou com fé e vigor no feitiço.
Terminado a magia mandou que Padilha colocasse esse cinto encantado no lugar onde estava o cinto que Dona Blanca dera ao marido. Depois Padilha foi ao nicho de São Crispim e orou batendo no peito como a uma penitente e depois esperou o resultado. Em frente ao bispo o cinto se moveu e transformou-se em uma cobra pronta a picar o rei, o cinto era igual ao que Dona Blanca havia dado ao rei assim Dona Blanca foi abandonada logo após o casamento e foi acusada de bruxaria onde o rei mandou executar a rainha, reafirmando assim o seu poder.
D. Blanca foi decapitada ao mando do Rei, sendo Padilha a grande responsável pela sua execução.
Maria de Padilha de Castela, depois da morte de D. Blanca passou a viver com o Rei em seu castelo em Sevilha.
Maria Padilha morreu antes do Rei de Castela e este fez seu velório e enterro como de uma grande rainha, a causa de sua morte foi por peste negra e foi sepultada nos jardins de seu castelo.
Maria de Padilha de Castela, depois da morte de D. Blanca passou a viver com o Rei em seu castelo em Sevilha.
Maria Padilha morreu antes do Rei de Castela e este fez seu velório e enterro como de uma grande rainha, a causa de sua morte foi por peste negra e foi sepultada nos jardins de seu castelo.
A entidade de Maria Padilha, mais que por castigo de Jesus e por mando do Rei das Encruzilhadas ela ainda permaneceria na terra e confins, comandando a sua quadrilha de mulheres e exus para todos os tipos de trabalhos.. Padilha castigada pelos seus pecados não pode entrar no reino dos céus, mas entrou no reino das trevas, poderosa comanda sua falange onde ensina e faz feitiços para atender a quem os invoca seu auxilio.
Dom Pedro dentre muitas mortes que ordenou consta a de seu irmão bastardo Dom Fradique mestre de Santiago de Compostela.
Dom Pedro I de Castela morreu nas terras de Montiel assassinado por outro irmão bastardo, Dom Henrique que o sucedeu no trono.
O corpo do rei deposto foi enterrado a frente da sepultura de sua Amada Rainha Padilha, onde foram construídos duas estátuas uma em frente a outra, para que mesmo na eternidade os amados nunca deixassem de olhar um pelo outro.
Dom Pedro I de Castela morreu nas terras de Montiel assassinado por outro irmão bastardo, Dom Henrique que o sucedeu no trono.
O corpo do rei deposto foi enterrado a frente da sepultura de sua Amada Rainha Padilha, onde foram construídos duas estátuas uma em frente a outra, para que mesmo na eternidade os amados nunca deixassem de olhar um pelo outro.
Gostaria de fazer um breve comentário dizendo que este site, entre muitas intenções, a primeira e principal, é a de dar a conhecer a GRANDE MARIA PADILHA, a MINHA ADORADA E AMADA MÃE. Conta-se muitas historias sobre quem foi MARIA PADILHA, e na sua grande maioria, falsas. Visando apenas denegrir o que representa.
O texto que selecionei, tem algumas passagens que não verdadeiras, e prepositadamente coloquei, para mais tarde comentar e esclarecer.
Com este site pretendo de igual modo, fazer uma pequena mas sentida homenagem a minha MÃE.
Não estou com isto a aproveitar-me do nome, pois "ela" melhor que ninguem sabe disso, pois sou seu FILHO.
O texto que selecionei, tem algumas passagens que não verdadeiras, e prepositadamente coloquei, para mais tarde comentar e esclarecer.
Com este site pretendo de igual modo, fazer uma pequena mas sentida homenagem a minha MÃE.
Não estou com isto a aproveitar-me do nome, pois "ela" melhor que ninguem sabe disso, pois sou seu FILHO.
Ler mais: http://www.amarracoesdefinitivas.net/maria-padilha-historia/
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tudo sobre o baralho
A Cartomancia, é um dos costumes ciganos mais conhecidos, afinal muitas pessoas recorrem a este povo para saber o futuro pelas cartas. De acordo com a tradição, o Baralho Cigano só poderá ser lido por mulheres, pois trazem em seu interior a energia da lua (o oculto), tendo a luz da vidência , o dom do sentir, pressentir e interpretar.
Para a leitura das cartas, as ciganas utilizam um baralho comum, desses usados para jogos de azar, retirando o curinga e as cartas que vão do dois ao cinco, restando 36 cartas que são utilizadas para a leitura.
O Povo Cigano associou à essas cartas algumas figuras do seu simbolismo esotérico, cujo significado veremos mais adiante.
As correspondências entre as cartas comuns e as figuras acontece de forma natural para os Ciganos, porém para os não-ciganos torna-se um tanto difícil fazer essa associação, felizmente existe no mercado versões do baralho com as figuras impressas o que facilita muito o aprendizado e sua interpretação.
COMO CONSAGRAR O SEU BARALHO
Antes de usar as cartas , é preciso que tome algumas providências, para consagrar o seu baralho, sem o que ele não passará de cartas para um jogo profano.
Empilhe suas cartas, à noite, sobre um copo com água e sal , para que a água com o sal retire os fluídos negativos das suas cartas, faça uma oração ao seu Anjo Guardião ou outra oração de sua preferência. ( Repita sempre após terminar uma leitura ).
COMO GUARDAR E PROTEGER O SEU BARALHO
Após a consagração ou após a limpeza depois de uma consulta, embrulhe seu baralho em um pano vermelho e guarde-o em um local fora do alcance de outras pessoas, nunca use suas cartas para jogos de azar e não permita que manuseiem o seu baralho.
COMO PREPARAR-SE PARA A LEITURA DAS CARTAS
Para jogar procure se isolar. Busque também conforto, pois o local escolhido será o seu templo para leituras. Ali, exercitará seu poder de prever o futuro.
Antes de começar a leitura, faça a Oração à Santa Sarah ou outra oração à sua escolha, concentre-se com o objetivo de limpar o espírito e a mente das energias ruins.
Lave as mãos e beba um pequeno gole de água, simbolizando a purificação, estenda um pano branco sobre a mesa onde vai deitar as cartas, sob esse pano coloque um punhal, com a ponta voltada para o consulente, à sua direita uma taça com água com uma ametista dentro, à esquerda uma vela branca. Acenda um incenso de sua preferência. Você pode também decorar sua mesa com flores, frutas, cristais, pedra de rio e outros objetos que julgar necessário.
Lembre-se sempre de estar invocando as forças dos quatro elementos :
TERRA, FOGO, ÁGUA e AR.
Os ciganos preservam e utilizam muito os elementos da natureza em seus rituais. Acreditam que o Fogo queima a negatividade e ilumina a positividade. A vela, para eles concentra as energias dos quatro elementos. A Água e a Terra são representados pela cera e o pavio. O Fogo é a chama e o Ar (oxigênio) a mantém viva (acesa).
COMO INTERPRETAR AS CARTAS
As mensagens do Baralho Cigano representam e se encaixam na sua realidade. Mas nem sempre são mensagens diretas. Por isso, é muito importante a sua interpretação.
Para iniciantes é recomendável o método das três cartas, que podem representar :
¿ Passado, Presente, Futuro.
¿ O Problema, A causa, A solução.
¿ Outras interpretações que mandar a sua intuição.
O MÉTODO DE TRÊS CARTAS
Tire três cartas do monte e vá fazendo a interpretação de acordo com a pergunta que formulou. É claro que algumas cartas não se referem exclusivamente àquilo que perguntou. Mas, com intuição, você vai conseguir interpretar com toda certeza. Se, por acaso, o assunto, ou a pergunta que você fez ficou sem uma conclusão, vire mais duas cartas para poder finalizar o assunto.
Além desse método existem outros de maior dificuldade, que são:
¿ Relacionamentos - 7 Cartas
¿ Encantamento Cigano - 7 Cartas
¿ A Roda Mística - 9 Cartas
¿ A Pedra Dourada - 15 Cartas
¿ A Mesa Real - 36 Cartas
IMPORTANTE: as cartas A Cigana e O Cigano representam você ou a pessoa para quem está lendo. Durante a leitura, verá que algumas falam sobre isso. Se uma delas aparecer, quer dizer que a resposta está vindo diretamente para você, sem rodeios. Se não aparecer, faça a interpretação do conjunto das três cartas. Se a questão for bem objetiva, tipo sim ou não, a regra é: se a primeira carta for positiva, a resposta é sim. Se for negativa, não. Faça quantas perguntas quiser, virando três cartas.
O SIMBOLISMO DAS CARTAS
1 - O MENSAGEIRO - NOVE DE COPAS
SIMBOLOGIA - Esta figura significa o homem em ação, em busca da sabedoria, da autoconfiança e do conhecimento interior. Também é a criatividade presente no ser humano. Representa as ações, A capacidade de mudar o rumo das coisas.
MENSAGEM - Alcançará seus objetivos. Se estiver rodeada de cartas negativas, sua sorte está ameaçada.
2 - O TREVO - SEIS DE OUROS
SIMBOLOGIA - Este arcano é representado por um trevo de quatro folhas. Significam os tropeços da vida, as desorientações, mas que não trazem muitas preocupações, porque são problemas passageiros, de fácil solução.
MENSAGEM - As dificuldades serão passageiras, se acreditar que possui a força infinita da sabedoria.
3 - O NAVIO - DEZ DE ESPADAS
SIMBOLOGIA - É representado pela figura de um navio em águas revoltas. Estas águas significam a segurança na perigosa viagem da vida. Esta carta enfatiza a importância de todos os sentimentos.
MENSAGEM - Mudanças positivas em todos os aspectos: físico, espiritual e material. Se vier perto da carta que significa você, é sinal de viagem breve.
4 - A CASA - REI DE COPAS
SIMBOLOGIA - É representada pela figura de uma casa que mostra seu próprio lar e todos que dele participam. Indica a confiança, a prosperidade, o amor e o apoio familiar. Também significa o equilíbrio cósmico.
MENSAGEM - Quando estiver localizada abaixo do que designa você, é melhor ficar alerta com as pessoas ao seu redor. Do contrário, terá sorte.
5 - A ÁRVORE - SETE DE COPAS
SIMBOLOGIA - Tal como o elemento que representa, esta lâmina demonstra a fertilidade permanente na vida do ser humano, a troca de energias positivas e também a força da vitalidade que existe em cada um.
MENSAGEM - Quando esta carta aparece longe de que indica você, é sinal de boa saúde. Quando aparece perto, indica sorte e progresso.
6 - AS NUVENS - REI DE PAUS
SIMBOLOGIA - É simbolizada por um céu cinzento e assustador. Significa a instabilidade emocional, sensação de incapacidade em resolver os problemas. Também é sinal de mudanças lentas, tristeza.
MENSAGEM - As mudanças de sua vida deverão ser vagarosas, de acordo com as necessidades. Os momentos de tristeza serão passageiros.
7 - A SERPENTE - DAMA DE PAUS
SIMBOLOGIA - Nesta carta, aparece a figura de uma serpente venenosa. Esta lâmina que tem muita carga negativa, significa que traições e forças externas ocultas estão agindo em seu campo astral.
MENSAGEM - Se este arcano estiver perto da carta que representa você, é sinal que poderá passar por alguns riscos como traições.
8 - O CAIXÃO - NOVE DE OUROS
SIMBOLOGIA - É simbolizada pela figura de um caixão de defunto que representa momentos de ruptura. Por outro lado, refere-se às forças ocultas do inconsciente que podem levar à destruição, mas também a evolução.
MENSAGEM - Se estiver afastado da figura que representa você, é sinal de mudanças benéficas. O contrário, significa acontecimentos ruins.
9 - AS FLORES - DAMA DE ESPADAS
SIMBOLOGIA - As flores simbolizam a felicidade, alegria e beleza, a fraternidade e a união das pessoas. Também indica a realização de todas as possibilidades e sonhos.
MENSAGEM - Esta carta representa a felicidade em todos os aspectos da vida. É um arcano ligado à alegria, realização em todos os setores da vida.
10 - A FOICE - VALETE DE OUROS
SIMBOLOGIA - Uma foice ceifando o trigo representa a destruição do tempo, a morte. É a perda dolorosa no momento certo, o perigo, a transformação e o desprendimento.
MENSAGEM - Esta lâmina traz perigo de ruptura e separação. Mas se esta carta estiver rodeada de outras positivas, indica a possibilidade, uma nova chance que surge.
11 - O AÇOITE - VALETE DE PAUS
SIMBOLOGIA - Tem o símbolo de um grande chicote que representa a força, o poder mental. Também pode indicar o poder judiciário e a chance de um acordo em família.
MENSAGEM - De acordo com a situação, este arcano representa o uso abusivo da força, quando seria melhor uma conversa. Indica o emprego necessário da sabedoria e da intuição.
12 - OS PÁSSAROS - SETE DE OUROS
SIMBOLOGIA - A imagem de um casal de pássaros juntinhos num galho de árvore representa o amor. Indica uma vida sentimental feliz. Este arcano quando aparece perto da carta A SERPENTE tem toda sua negatividade neutralizada.
MENSAGEM ¿ Indica respeito pelo par. Também é um aviso para não sufocar o companheiro de ciúme.
13 - A CRIANÇA - VALETE DE ESPADAS
SIMBOLOGIA - É a figura de uma criança inocente que representa a alegria, a própria inocência, a naturalidade e a espontaneidade ainda presente no coração das pessoas.
MENSAGEM - Esta carta traz um conselho: você deve ficar bastante atenta com atitudes impensadas, repentinas e infantis. Estas ações podem magoá-lo(a) profundamente.
14 - A RAPOSA - NOVE DE PAUS
SIMBOLOGIA - Uma raposa esperando sua caça é o que traz este arcano. Com esta figura, ele simboliza as armadilhas da vida, as traições, a deslealdade e a salvação pela astúcia.
MENSAGEM - Se aparecer perto da que representa você, é porque é muito invejado(a). Já se aparecer longe, é sinal de que está se prejudicando com sua inveja e cobiça.
15 - O URSO - DEZ DE PAUS
SIMBOLOGIA - Nesta carta, aparece a figura ameaçadora de um grande urso. Ela representa a falsidade dos amigos. Também mostra a inveja de pessoas próximas e queridas.
MENSAGEM - Você deve ter cuidado com falsos amigos, do tipo "amigo-urso". Sentimentos ruins como inveja, a cobiça podem interferir nas energias do seu campo astral.
16 - AS ESTRELAS - SEIS DE COPAS
SIMBOLOGIA - Esta grande estrela cintilante é o símbolo de sua força espiritual e da sua intuição, energias que devem vir à tona nos momentos difíceis de sua jornada.
MENSAGEM - É um sinal para que tenha fé em suas intuições. Quando o arcano As nuvens estiver por perto. Ela indica desequilíbrio na vida amorosa.
17 - A CEGONHA - DAMA DE COPAS
SIMBOLOGIA - Nesta carta, aparece uma cegonha levando um galho no bico. Este arcano representa novidades, em muitos setores de sua vida.
MENSAGEM - Simboliza o início de um novo ciclo em sua vida. Este arcano também indica que seus caminhos estão abertos a novas experiências e a prósperos empreendimentos principalmente no campo pessoal.
18 - O CÃO - DEZ DE COPAS
SIMBOLOGIA - É representada por um cão em posição de guarda. Esta carta simboliza a amizade leal, sincera, a força, o apoio e o carinho das pessoas amigas.
MENSAGEM - Significa que pode confiar nas pessoas com quem convive. É sinal para ficar alerta se a carta As nuvens estiver por perto. Ela indica desequilíbrio na vida amorosa.
19 - A TORRE - SEIS DE ESPADAS
SIMBOLOGIA - Esta torre alta e com aspecto sóbrio representa o "eu" verdadeiro. Também mostra que você passa por uma fase de busca de seu autoconhecimento.
MENSAGEM - Este arcano mostra a você que as respostas que tanto espera estão dentro de você mesmo(a). É só procurar as soluções que deseja em seu interior.
20 - O JARDIM - OITO DE ESPADAS
SIMBOLOGIA - Esta carta é representada pela paisagem de um jardim bastante fértil e pacífico, envolvido por uma aura de energia.
MENSAGEM - O Jardim é um arcano que traz um conselho a você; é hora de colher tudo o que plantou, pois o momento é de paz. Aproveite a tranqüilidade para refletir sobre todas as suas ações.
21 - A MONTANHA - OITO DE PAUS
SIMBOLOGIA - Representada por uma montanha rochosa, esta carta simboliza a força, o equilíbrio, a perseverança, a justiça e também é o alerta para o perigo próximo.
MENSAGEM - Se aparecer perto da carta que representa você, mostra o alcance de seus objetivos. Longe, é sinal de perda do que já foi conquistado em sua vida.
22 - OS CAMINHOS - DAMA DE OUROS
SIMBOLOGIA - É representada pela paisagem de uma de uma estrada larga, comprida e sem qualquer obstáculo. Esta carta mostra que seus caminhos estão abertos e que poderá existir uma saída para todos os problemas que surgirem.
MENSAGEM - Você está no rumo certo e realizará os seus sonhos. Acredite mais na sua felicidade.
23 - O RATO - SETE DE PAUS
SIMBOLOGIA - Um grande rato comendo um pedaço de queijo indica que algo importante de sua vida está sendo roubado. Você precisa de proteção na saúde e no setor material.
MENSAGEM - Há a possibilidade de contrair doenças sem gravidade. Se a carta As Estrelas aparecer próxima a esta, é sinal de que poderá recuperar o que foi roubado.
24 - O CORAÇÃO - VALETE DE COPAS
SIMBOLOGIA - É representada pela figura de um grande coração e simboliza o amor fraternal, a solidariedade universal, a paixão forte e a felicidade que está presente neste momento de sua vida.
MENSAGEM - Você viverá uma grande paixão em breve. Também indica que deverá ajudar as pessoas que pedirem o seu auxílio.
25 - A ALIANÇA - ÁS DE PAUS
SIMBOLOGIA - Este arcano traz a figura de um par de alianças de ouro entrelaçadas e simboliza uma união duradoura ou mesmo a possibilidade de um relacionamento amoroso firme.
MENSAGEM ¿Se aparecer ao lado direito da carta que representa você, é sinal de casamento feliz. Do lado esquerdo, indica instabilidade no relacionamento conjugal.
26 - O LIVRO - DEZ DE OUROS
SIMBOLOGIA - Traz a figura de uma pilha de livros sobre uma escrivaninha. Esta carta simboliza a necessidade de aquisição de conhecimento e cultura.
MENSAGEM - Os estudos ou em qualquer teste a que for submetido(a) será um sucesso absoluto. Por isso, o momento é ideal para se testar. Não tenha medo de colocar a sua capacidade e a sua felicidade à prova.
27 - A CARTA - SETE DE ESPADAS
SIMBOLOGIA - É representada pela figura de um envelope. Indica comunicação, informação e também é um aviso para guardar seus segredos.
MENSAGEM - Se este arcano vier seguido da carta Os Ventos, é sinal de notícias boas. Mas se esta carta estiver perto da que representa você, é sinal que as notícias poderão causar sofrimento.
28 - O CIGANO - ÁS DE COPAS
SIMBOLOGIA - Traz a figura de um cigano forte e bonito, destemido, empunhando uma espada, que corta os males e protege a pessoa que o procura. Simboliza o homem ideal e honesto para as mulheres.
MENSAGEM - Este arcano é você, se quem consulta é homem. Também representa a chegada de uma mulher ideal em sua vida.
29 - A CIGANA - ÁS DE ESPADAS
SIMBOLOGIA - É representada pela figura de uma cigana jovem, bonita e cheia de vida. Ela olha para as cartas como quem consegue desvendar o futuro. Este arcano representa a amada para os homens.
MENSAGEM - Se quem consulta é uma mulher, esta carta representa você e indica a chegada de um homem ideal em sua vida.
30 - OS LÍRIOS - REI DE ESPADAS
SIMBOLOGIA - É a figura que significa paz interior, harmonia, enfim, uma vida feliz.
MENSAGEM - Se esta carta aparecer perto do arcano que representa você, é sinal que é uma pessoa honesta. Caso apareça abaixo deste arcano é porque você tem caráter duvidoso. Se a carta As Nuvens vier perto deste arcano, é sinal de grande sofrimento em família.
31 - O SOL - ÁS DE OUROS
SIMBOLOGIA - A imagem da paisagem de um sol ardente significa a plenitude da vida, a energia e o positivismo. Esta é uma carta alto-astral.
MENSAGEM - Quando este arcano estiver perto da carta que representa você, é sinal de fortuna e saúde. Se aparecer longe, indica sentimentos como desânimo, fraqueza e tristeza diante dos obstáculos.
32 - A LUA - OITO DE COPAS
SIMBOLOGIA - É representada pela figura de uma Lua Crescente e tem como significado a inconstância, a dúvida, os elementos ocultos.
MENSAGEM - Quando esta carta estiver ao lado direito da que representa você, é sinal de que terá reconhecimento por tudo o que faz. Se tiver do esquerdo, indica que passará por momentos de aflição.
33 - A CHAVE - OITO DE OUROS
SIMBOLOGIA - A figura chave que aparece neste arcano representa o sucesso, é a chave que abre as portas para os dias melhores que estão chegando.
MENSAGEM - Quando este arcano aparece próximo a carta que indica você, é sinal de que momentos de realização o(a) aguardam. Se aparecer longe, indica obstáculos e que seus caminhos poderão estar fechados.
34 - OS PEIXES - REI DE OUROS
SIMBOLOGIA - Peixes nadando próximos a uma arca cheia de tesouros simbolizam bens materiais, negócios e também é sinal de lucros que vão aparecer na sua vida.
MENSAGEM ¿ Perto de sua carta indica sucesso e bons negócios. Longe, é exatamente o contrário, indica crise financeira em seus empreendimentos futuros.
35 - A ÂNCORA - NOVE DE ESPADAS
SIMBOLOGIA - Mostra uma grande âncora no fundo do mar e representa segurança material e financeira.
MENSAGEM - Para os negócios, segurança e estabilidade. Para o amor, depende da localização da carta: perto da que indica você, é sinal de um relacionamento sólido. Longe, quer dizer que este amor poderá passar por períodos de inconstância.
36 - A CRUZ ¿ SEIS DE PAUS
SIMBOLOGIA - É representada por uma grande cruz e simboliza a vitória em todos os sentidos, não importando os obstáculos que estejam em seu caminho. A cruz é poder.
MENSAGEM - Perto da carta que representa você, é sinal de vitória e proteção em todos os setores; longe, indica que energias negativas estão tentando influenciar sua vida.
SANTA SARAH
Protetora Do Povo Cigano
O mistério envolve o povo cigano como o ar que ele respira. Da Lua Cheia, retira a magia; da dança e da música, toda a alegria; da natureza, a força e a energia. E para Santa Sarah, ele volta sua fé, seus pedidos e seus agradecimentos.
Saiba tudo sobre essa santa, as muitas lendas em torno da sua vida, do seu poder e uma oração para invoca-la, antes de ler as cartas e também nos momentos difíceis.
O inicio de sua Adoração
Para desvendar um pouco do mistério que acompanha Santa Sarah e descobrir porque ela é tão venerada pelos ciganos, é preciso voltar ao tempo, na Idade Média, particularmente na Europa.
A religiosidade faz parte da vida dos ciganos, desde o nascimento até a morte, e para poderem cultuar seus santos sem serem vítimas dos preconceitos dos não-ciganos é que eles costumavam se converter à religião dominante do local em que se estabeleciam. Então, os grupos que foram para a Europa se declararam católicos e se ligaram a Santa Sarah que tinha origens misteriosas e a pele morena, como eles.
História Ou Lenda ?
Dessa aura de mistério que pairava na imagem de sarah surgiram várias versões para o seu aparecimento. Ela é considerada uma santa católica, mas não passou pelos processos de canonização desta igreja. Também se liga a uma forte tradição européia medieval, o culto às virgens negras. Muitas santidades femininas, representadas por estátuas negras, foram adoradas durante toda a Idade Média. E muitos católicos transformavam as igrejas em santuários de peregrinação.
Uma das lendas diz que sara era uma escrava egípcia de uma das três Marias, Madalena, Jacobé ou Salomé; e junto com José de Arimatéia, Trófimo e Lázaro foi colocada, pelos judeus, em uma barca sem remos e alimentos. Talvez por um milagre, ou por obra do destino, eles chegaram a salvo a uma praia próxima a Saintes Maries de La Mer, em Camargue , região do sul da França.
Outra versão conta que Sarah era moradora de Camargue e teve piedade das Marias, resolvendo ajuda-las. Também dizem que ela era uma rainha das terras de Camargue ou uma sacerdotisa do antigo culto celta ao deus Mitra.
Uma das explicações para estas lendas é que em Camargue existiram várias colônias de antigas civilizações, como a egípcia , a cretense, a fenícia e a grega. Por isso, muitos poetas e menestréis contaram a lenda de Sarah, de acordo com o que ouviram de seu povo, e assim, o mito em torno dessa poderosa santa foi difundido pelo mundo e ela continua, até hoje, a ser adorada entre as comunidades ciganas.
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
ciganos
Ciganos
Origem do Povo Cigano
A história do povo cigano ou rom é ainda hoje objeto de controvérsia. Existem várias razões que explicam a obscuridade que envolve a esse assunto. Em primeiro lugar, a cultura cigana é fundamentalmente ágrafa e despreocupada por sua história, de maneira que não foram conservados por escrito sua procedência. Sua história foi estudada sempre pelos não ciganos, com frequência através de um cariz fortemente etnocentrista. Os primeiros movimentos migratórios datam do século X, de sorte que muita informação se perdeu, se é que alguma vez existiu. É importante assinalar também que os primeiros grupos de ciganos chegados a Europa ocidental fantasiavam acerca de suas origens, atribuindo-se uma procedência misteriosa e lendária, em parte como estratégia de proteção frente a uma população em que eram minoria, em parte como posta em cena de seus espetáculos e atividades.
Outro problema que se deve ter em conta é que a inserção (ou não) na comunidade cigana é uma questão disputada. Não existe uma delimitação clara dentro da própria comunidade (nem fora) acerca de quem é cigano e quem não o é.
As principais fontes de informação são os testemunhos escritos, as análises lingüísticas e a genética populacional.
O termo cigano e a questão de sua origem geográfica
O termo em português “cigano” (assim como o espanhol gitano e em inglês gypsy) é uma corruptela de egípcio, aplicado a esse povo pela crença errônea de que seriam provenientes do Egito. No século XVIII, o estudo da língua romani, própria dos ciganos, confirmou que se tratava de uma língua indo-ariana, muito similar ao panjabi o ao hindi ocidental. Isso demonstrou que a origem do povo rom está no noroeste do Subcontinente Indiano, na zona em que atualmente fica a fronteira entre os estados modernos de Índia e Paquistão. Esse descobrimento lingüístico acabou sendo também respaldado por estudos genéticos. É provável que os ciganos originaram-se de uma casta inferior do noroeste da Índia, que, por causas desconhecidas foi obrigada a abandonar o país no primeiro milênio d.C..
Origens Lendárias
A procedência dos roma foi objeto de todo tipo de fantasias. Foram considerados descendentes de Caim, ou relacionados com a estirpe de Cam. Algumas tradições os identificam com magos caldeus da Síria, ou com uma tribo de Israel fugida do Egito faraônico. Uma antiga lenda balcânica os faz forjadores (ou ladrões) dos pregos da cruz de Cristo, motivo pelo qual teriam sido condenados a errar pelo mundo, se bem que não há qualquer evidência que situe aos ciganos no Oriente Médio nessa época.
Primeiro movimento migratório do século X
Os estudos genéticos e lingüísticos parecem confirmar que os roma são originários do subcontinente Indiano, possivelmente da região do Punjab. A causa da sua diáspora continua sendo um mistério. Algumas teorias sugerem que foram originalmente indivíduos pertencentes a uma casta inferior recrutados e enviados a lutar ao oeste contra a invasão muçulmana. Ou talvez os próprios muçulmanos conquistaram os roma, escravizando-os e trazendo-os para o oeste, onde formaram uma comunidade separada.
Esta última hipótese baseia-se no relato de Mahmud de Ghazni, que informa sobre 50 mil prisioneiros durante a invasão turco-persa do Sindh e do Punjab. Por que os roma escolheram viajar para o oeste em vez de regressar para a sua terra é outro mistério, se bem que a explicação pode ser o serviço militar sob o domínio muçulmano.
O que é aceito pela maioria dos investigadores é que os ciganos poderiam abandonar a Índia em torno do ano 1000, e atravessar o que agora é o Afeganistão, Irã, Armênia e Turquia. Vários povos similares aos ciganos vivem hoje em dia na Índia, aparentemente originários do estado desértico de Rajastão, e à sua vez, povoações ciganas reconhecidas como tais pelos próprios roma vivem, todavia, no Irã, com o nome de lúrios.
Partiram em direção à Pérsia onde se dividiram em dois ramos: o primeiro, que tomou rumo oeste, atingiu a Europa através da Grécia; o segundo partiu para o sul, chegando à Síria, Egito e Palestina. No século XII, os ciganos enfrentaram o avanço dos muçulmanos, que tentaram impor sua religião na Índia, e lutaram contra os Sarracenos por muitos séculos, inclusive durante a Idade Média.
Apesar de que as provas documentais começam a ser fiáveis só a partir do século XIV, alguns autores contemporâneos rebaixaram a data do ano 1000 e inclusive antes. Certas referências sugerem que as primeiras referências escritas da existência do povo rom são anteriores: um texto que relata como Santa Atanásia de Egina repartiu comida em Trácia a uns “estrangeiros chamados atsinagi” (do grego Ατσίνγανος’) durante a escassez do século IX, em plena época bizantina.
Inclusive antes, nos primórdios do mesmo século, no ano 803, Teófanes o Confessor escreve que o imperador Nicéforo I, o Logóteta usa mão de obra de certos atsigani, que com a sua magia, ajudariam-no a conter uma revolta popular.
“Atsinganoi” foi um termo usado também para referir-se a adivinhadores ambulantes e ventríloquos e feiticeiros que visitaram ao imperador Constantino em 1054. Um texto hagiográfico (“Vida de São Jorge anacoreta”) refere como os “atsigani” foram chamados por Constantino IX Monômaco para ajudá-lo a limpar as fragas de feras. Mais tarde, seriam descritos como feiticeiros e malfeitores e acusados de intentar envenenar o galgo favorito do imperador. A extensão desse termo geraria os modernos substantivos tzigane,Zigeuner, zingari e zíngaros.
Um relato histórico-lendário do século X titulado Crônica Persa, de Hazma de Ispaham, menciona a certos músicos solicitados ao rei da Índia, aos que chamou zott. O Livro dos Reis (ou Shahnameh, datado de 1010), do poeta Ferdusi conta uma história similar: vários milhares de Zott, Rom ou Dom (“homens”) partiriam do atual Sindh (pode ser do rio Indo) com objetivo de entreter o rei da Pérsia com os seus espetáculos.
A partir daí, depois de uma longa estância nessa região, e já descritos como um povo que rejeitava viver da agricultura, espalhar-se-iam em dois grupos migratórios: o primeiro, que tomou rumo oeste, atingiu a Europa através da Grécia; o segundo partiu para o sul, chegando à Síria, Egito e Palestina.
Evidências linguísticas da origem asiática dos ciganos
Desde a sua chegada a terras européias, uma das faces da comunidade cigana que mais chamou a atenção dos demais povos era a sua estranha língua, muito diferente das faladas na Europa. A primeira reprodução escrita do romani remonta a uma enciclopédia de título:First Book of the Introduction of Knowledge. (Primeiro livro de introdução ao saber) escrito por Andrew Boorde. Esta obra, completada em 1542 e publicada em 1547, recolhia exemplos de frases do que o autor chamava Egipt speche (Fala egípcia), dando por válida a crença popular de que os ciganos procediam do Egito.
Durante os dois séculos seguintes aparecem mais menções escritas da língua romani. Na Espanha, o marquês de Sentmenat publicou em 1750 um pequeno vocabulário do romani falado na Península Ibérica.
Um dos primeiros ou o primeiro documento em que se propõe identificar a língua romani como uma língua indiana é um trabalho de Szekely de Doba na Gazeta de Viena em 1763. Neste artigo, comentou que o predicador Vali, que na universidade de Leiden estudou o idioma de uns estudantes de Malabar do distrito de Zigânia, nome que lhe recordou o dos zíngaros e que posteriormente expôs o vocabulário a ciganos de Almasch (Komora, Eslováquia), comprovando que estes entendiam as palavras.
Em nível acadêmico, o descobrimento da origem indiana do romani corresponde ao alemão Johann Rüdiger, catedrático da Universidade de Halle-Wittenberg, que em 1782 publicou um artigo de investigação lingüística, no que analisava a fala de uma mulher cigana, Barbara Makelin, e a comparava com a língua recolhida numa gramática alemã do hindustani (o nome pelo que se conhecia antigamente os atuais hindi e urdu). No seu artigo, Rüdiger reconhecia a influência nas suas investigações do dicionário de romani de Hartwig Bacmeister, de 1755, a quem já em 1777 comunicara as suas idéias, assim como a sua dívida com seu professor Christian Büttner, que anos antes aventurara a possibilidade duma origem indiana ou acaso afegã dos ciganos. Entretanto, foi Rüdiger que estabeleceu, mediante a sua comparação entre a descrição gramatical do hindustani e a fala de Barbara Makelin, que as similitudes entre ambas variedades lingüísticas evidenciavam uma origem comum.
Estudos subsequentes da língua romani mostraram um estreito parentesco com o punjabi e o hindi ocidental, tanto no seu vocabulário fundamental como nas suas estruturas gramaticais e nas mudanças fonéticas. As investigações de Alexandre Paspati (Études sur les Tchinghianés, publicado em Constantinopla em 1870), de John Sampson (The dialect of the gypsies of Wales, 1926) e dos suecos Gjerdman e Ljungberg (A língua do cigano sueco trabalhador do cobre Dimitri Taikon, publicado em 1963)1 evidenciam que existe uma unidade dentro do romani que se estende por toda Europa. Os estudos citados recolhiam mostras do romani grego, galês e sueco, respectivamente. Fica demostrado assim que o vocabulário básico coincide de modo relevante (nota: não se transcreve a grafia original):
- Português: grande. Sânscrito: vadra; hindi: bara; greco-romani: bara; romani galês: baro; romani kalderash (sueco): baró.
- Português: cabelo. Sânscrito: vála; hindi: bal; greco-romani: bal; romani galés: bal; romani kalderash (sueco): bal.
Determinadas características gramaticais indianas mantém-se no romani contemporâneo (e algumas inclusive no caló espanhol atual):
- o final em -e para o masculino e em -i para o feminino.
- a formação de abstratos por junção de -ben ou -pen: taco (certo) converte-se emtaciben (verdade).
- substituição do genitivo por um final adjetivado: dadésko gras (o cavalo do pai ondedad é pai e gras cavalo).
Evidências lingüísticas da migração cigana
De acordo com os estudos de Terrence Kaufman (1973), a origem da língua romani, baseado nos dialetos europeus, pode localizar-se na Índia central e posteriormente, podem documentar-se empréstimos lingüísticos que foi adquirindo nos territórios por onde migrava, que iriam desde o século II a.C. ao XIV d.C: assim tem empréstimos do persa da sua passagem pela Pérsia, mas não da língua árabe, o que demostra que a sua passagem pela Pérsia foi anterior à sua islamização, no ano 900. Dos séculos XI – XII, tem empréstimos de línguas do Cáucaso (osseto, georgiano e armênio). Logo, detecta-se a migração em direção à atual Turquia, onde recebe empréstimos do grego, mas não do turco, o que indica que a sua passagem foi anterior à invasão turca. No ano 1300, procederia a entrada nos Balcãs, onde adquiriu palavras das línguas eslavas. Posteriormente, os dialetos europeus do romani dividem-se, ainda que Kaufmann indica uma distinção entre os que tem influência léxica do romani e os que não, que seriam os ciganos da Bulgária e os da Espanha.
Evidências genéticas da origem asiática dos ciganos
Os estudos genéticos corroboram a evidência lingüística que situa a origem do povo cigano no subcontinente indiano.
Estudos genéticos realizados em ciganos búlgaros, bálticos e valacos sugerem que cerca do 50% dos cromossomos Y e do ADN mitocondrial pertencem ao haplogrupo homem H e ao haplogrupo mulher M, amplamente estendidos na Ásia meridional e Ásia Central.
Os homens correspondem maioritariamente com os haplogrupos H (50%), I (22%), J2 (14%) e Rlb (7%) ; as mulheres com H (35%), M (26%), U3 (10%), X (7%), e outros (20%). Tais haplogrupos são raros nos não ciganos, e o resto encontram espalhados por toda Europa. Os haplogrupos femininos U2i e U7 praticamente não existem nas mulheres ciganas, mas estão presentes na Ásia meridional (entre 11 e 35%).
Pode-se calcular que aproximadamente a metade do patrimônio genético cigano é parecido ao dos grupos europeus circundantes. Mas os homens ciganos do grupo sinti da Europa Central são H (20%), J2 (20%) com uma frequência elevada de R2 (50%), frequência que se encontra também na Índia, concretamente na Bengala Ocidental e entre os cingaleses do Sri Lanka. O marcador M217, presente em 1,6% dos homens ciganos, encontra-se também em Bengala Ocidental (Kivisild et alter, 2003). Os haplogrupos L, que se encontram nos 10% dos indianos e paquistaneses, não são registrados entre os ciganos (a equipe de Greshman não parece ter investigado o haplogrupo L), assim como tampouco nos originários de Bengala Ocidental. A partir da base de dados YHRD (Y Chromosome Haplotype Reference Database),5 pode-se comprovar que algumas populações ciganas européias possuem uma grande porcentagem de haplogrupos masculinos R1A1. Os dados de YHRD informam poucas correspondências, em geral, com a população do subcontinente, mas uma alta correlação no haplogrupo H com a comunidade de origem sul-asiática de Londres, na que há uma porcentagem muito alta de indivíduos procedentes de Bengala Ocidental e do Sri Lanka.
As investigações genéticas de Luba Kalaydjieva mostram que o grupo original apareceu há umas 32 a 40 gerações, e que esse grupo era pequeno, de apenas uns 1.000 indivíduos.
Parada na Ásia Menor no século XIV
Em 1322, um monge franciscano chamado Simon Simeonis descreve um povo com características similares aos “atsigani” vivendo em Creta, e em 1350 Ludolphus de Sudheim menciona um povo similar, com uma língua única, ao que chama “mandapolos”, uma palavra que segundo se pensa deriva do grego “mantes” (profeta ou adivinho). Em 1360, um feudo cigano independente (chamado de Feudum Acinganorum) estabeleceu-se em Corfu e converteu-se numa «comunidade estável, e uma importante e consolidada parte da economia». Dado que a região ocupada por essas comunidades rom era chamada “o pequeno Egito”, os peregrinos que a atravessavam para ir à Terra Santa estenderam por toda Europa o apelido de “egipcianos”, de onde procederiam os nomes de egiptanos, gitanos, gitans, egypsies e gypsies. Além dos assentamentos gregos, está documentada uma longa parada nos Balcãs, em terras de sérvios, búlgaros e romenos, no século XIV.
O século XV, a primeira grande diáspora
Devido às frequentes guerras entre bizantinos e turcos, os roma iniciaram uma nova migração, a primeira que está documentada. As evidências lingüísticas permitem a reconstrução desta nova peregrinação. Partindo de que os ciganos abandonaram o Subcontinente Indiano, e dali passariam pelo Irã, supõe-se que mais tarde tomariam duas rotas. A primeira, desde a Armênia até Bizâncio (o que explicaria a presença de vocabulário greco-bizantino na língua dos ciganos). A outra rota, através da Síria e Oriente Médio e o Mediterrâneo (da que ficariam vestígios de vocabulário árabe). Em sua estadia nos Balcãs, a língua cigana absorveu o vocabulário germânico, mas a ausência desse resto lingüístico nos ciganos espanhóis faz pensar que a migração dividiu-se em dois, antes desse assentamento centro-europeu. Uma dirigiria-se ao oeste, ao interior de Europa, e outra ao sul, até a Síria. A primeira ponta estender-se-ia por todo o continente europeu, enquanto a segunda cruzaria a África do Norte para reaparecer na Europa depois de cruzar o estreito de Gibraltar no século XV, reencontrando-se ambas correntes migratórias em algum ponto do sul da Europa. Dessa maneira, a chegada dos ciganos à península Ibérica é também um assunto controverso, analisado mais adiante.
O certo é que a migração foi massiva e extraordinariamente rápida, e foi objeto de uma acolhida desigual. No século XV, foram encontrados em diversos locais, e os documentos multiplicam as testemunhas da sua presença por toda a Europa, que foi muito estudada.10 Em 1416, sabe-se da presença de ciganos na Romênia, Boêmia (República Checa) e em Lindau (Alemanha). Em 1471, o rei de Boêmia Sigismundo II concedeu-lhes um salvo-conduto, e entre 1418 e 1419, os ciganos já circulavam pela Suíça. Entraram na França em 1419, e em 12 de agosto um grupo chegou às portas de Sisteron e logo circulou pela Provença.
Primeira chegada dos ciganos às muralhas de Berna, no século XV. Eram descritos como de pele escura, usando roupas e armas sarracenas (Spiezer Schilling, p. 749).
Em janeiro de 1420, estavam em Bruxelas, e em outubro em Flandres e o norte da França. Em 1421 chegaram a Bruges e depois foram a Arras. Em 18 de julho desse mesmo ano, um grupo chegou a Bolonha para solicitar ao Papa um salvo-conduto como peregrinos cristãos. Na Espanha, há informações da sua presença pela primeira vez em 1415, e em 8 de maio de 1425 localizam-se em Saragoça a sua estadia. Em 1427, já se encontravam em Roma.
Também em 1427, produziu-se uma das chegadas de ciganos melhor documentadas, conservada na obra “Temoignage d’un bourgeois de Paris”. Em 12 de agosto desse ano, chegaram a Paris, onde causaram grande fascinação pelo seu aspecto miserável e estranho, e o povo acudiu em massa para vê-los adivinhar o futuro. Viviam da magia e dos pequenos roubos, até que o bispo expulsou-os em setembro desse mesmo ano e partiram em direção a Pontoise. Segundo Helena Sánchez Ortega essa crônica resume o quadro de tipificação negativa dos ciganos que se manteve até os nossos dias.
O seu périplo europeu não se deteve, e em 1430, circulavam por toda França sob uma acolhida desigual: Arles, Brignoles, Metz, Troyes, Grenoble, Nevers, Romans, Colmar, Orleães e Le Luc. Em 1435, foram vistos em Santiago de Compostela, e em 1462 foram recebidos com honras em Jaén. A Suíça expulsou-os em 1471. Em 1493, estavam em Madri. Nessa última cidade no Concelho «…acordaram de dar esmolas aos do Egito porque o rogo da Vila passaram adiante, dez reais, para evitar os danos que poderiam fazer trezentas pessoas que viriam…».
A questão da entrada na península Ibérica
Como e quando chegaram os ciganos à península Ibérica é uma questão que está longe de se chegar a um consenso.
Uma primeira teoria diz que eles procedem do norte de África, desde onde cruzariam o estreito de Gibraltar para reencontrar-se na França com a rota migratória do norte. Distinguiriam-se assim os ciganos do norte, que entraram por Perpignan, os do sul, outingitanos (na sua pronunciação deturpada, ciganos, é dizer, procedentes de Tingis, hoje Tânger), e os do leste (ou grecianos) que penetraram pela ribeira mediterrânea na década de 1480 provavelmente por causa da queda de Constantinopla. A entrada melhor documentada é a do norte. O primeiro documento conservado é de 1415. Nele, Afonso (logo o Magnânimo) concede salvo-conduto a um tal Tomás Sabba, peregrino a Santiago de Compostela.
Esse mesmo monarca concede outra carta de passagem em 1425 a outro chefe cigano com a sua gente, ordenando que seja bem tratado:…Como nosso amado e devoto dom João do Egito Menor… entende que deve passar por algumas partes de nossos reinos e terras, e queremos que seja bem tratado e acolhido… sob pena de nossa ira e indignação… o mencionado dom João do Egito e os que com ele irão e o acompanharão, com todas suas cavalgaduras, roupas, bens, ouro, prata, alforjas e quaisquer outras coisas que levem consigo, sejam deixado ir, estar e passar por qualquer cidade, vila, lugar e outras partes de nosso senhorio a salvo e com segurança… e dando àqueles passagem segura e sendo conduzidos quando o mencionado dom João o requeira através do presente salvo-conduto nosso… Entregue em Saragoça com nosso selo em dia doze de janeiro do ano de nascimento de nosso Senhor 1425. Rey Alfonso
Nesses anos sucederam-se os salvo-condutos, outorgados a supostos nobres ciganos peregrinos. O prosseguimento desses salvo-condutos por toda a geografia espanhola revela aos investigadores (como Teresa San Román, ou Helena Sánchez) algumas evidências:
- O número de ciganos que entraram ou habitaram na península no século XV é calculado próximo a 30 mil pessoas.
- Os ciganos viajavam em grupos variados, de 80 a 150 pessoas, lideradas por um homem.
- Cada grupo autônomo mantinha relações à distância com algum dos outros, existindo talvez relações de parentesco entre eles (algo comum nos nossos dias entre os ciganos ibéricos).
- A separação entre cada grupo era variada e em ocasiões uns seguiam aos outros a curta distância e pelas mesmas rotas.
- A estratégia de sobrevivência mais comum era a de apresentar-se como peregrinos cristãos para buscar a proteção de um nobre.
- A forma de vida era nômade, e se dedicavam à adivinhação e ao espetáculo.
O século XVI e o começo da perseguição
O século XVI pode ser considerado como a idade de ouro dos ciganos na Europa. Vagavam de cidade em cidade, e se bem é certo que foram expulsos com frequência, haveria que esperar ao século XVI para que se desatasse uma onda de perseguição só comparável ao anti-judaísmo secular dos europeus. No século XV, os estereótipos negativos ainda não estavam enraizados, e entre a hostilidade e a fascinação, a cultura cigana dispersou-se pelo continente, misturando-se com as culturas e línguas locais. Lentamente, foi-se convertendo em um desafio para os poderes estabelecidos, para a população sedentária e para a religião dominante.
Anúncio de uma venda de escravos ciganos de 8 de maio de 1852: 18 homens, 10 meninos, 7 mulheres e 3 meninas, “in conditie fina” (em boa condição).
Quando teve lugar o descobrimento da América, em 1492, os ciganos já estavam espalhados por toda a Europa, onde apesar de uma boa acolhida inicial começaram a ser perseguidos, marginalizados, expulsos, severamente castigados, escravizados (como na Romênia, onde a escravidão cigana não foi abolida até 1864) ou simplesmente exterminados. O desencontro entre os ciganos e os não ciganos perduraria desde o século XVI até a atualidade.
Assim, na Espanha, a pragmática de Medina do Campo do ano 1499 obrigou-os a abandonar a vida nômade. Em 1500, o mesmo ano em que entraram na Polônia e Rússia, a Dieta de Augsburgo expulsou-os da Alemanha. Em 1505 Jaime IV da Escócia concedeu-lhes um salvo-conduto e saltaram à Dinamarca. Chegaram à Suécia em 1512, e em 1514 a Inglaterra, de onde seriam expulsos, sob pena de morte, em 1563. Antes disso, na Espanha foi-lhes dado a “escolher”, em 1539, entre a sedentarização ou seis anos de galeras e, em 1540, os bispos da Bélgica ordenaram a sua expulsão sob pena de morte.
A partir do final do século XVI, sucederam-se em toda a Europa autorizações, leis e decretos contra o modo de vida dos ciganos. A dinâmica dessas disposições será contraditória (são obrigados a sedentarizar-se ao tempo que se lhes impede a entrada em muitas cidades; são obrigados a assimilarem a cultura local ao tempo que se são concentrados em determinados bairros; são obrigados a trabalhar em ofícios reconhecidos ao tempo que são impedidos de entrar nos grêmios…). A tenacidade dos ciganos, as suas estratégias de ocultamento, de multi-ocupacionalidade (como a chama Teresa San Román), de semi-nomadismo ou itinerância circunscrita, de adaptação às circunstâncias instáveis da legislação, a capacidade para cruzar fronteiras ou para aliar-se em determinadas ocasiões com a população autóctone realizando trabalhos imprescindíveis, faz que os ciganos de toda Europa resistam à assimilação e conservem as suas próprias características culturais mais ou menos intactos até a atualidade.
Ante a ausência de testemunhas escritas próprias e a visão negativa dos outros, resultam valiosas as referências de uma personagem peculiar que se acercou do mundo cigano com interesse e curiosidade romântica na primeira metade do século XIX: George Borrow. Nas suas viagens por boa parte da Europa, como pregador protestante, teve oportunidade de contatar com grupos ciganos, aprendendo a sua língua e traduzindo e inclusive publicando o Evangelho em caló (entre a sua produção literária encontra-se La Bíblia en España, interessante livro de viagens estudado por Manuel Azaña).
A ida para a América, o século XIX e a segunda grande diáspora
Imagem idealizada de uma cigana e o seu filho, pintada por William-Adolphe Bouguereau no século XIX.
A ida dos ciganos para a América correu paralelo à própria diáspora dos europeus. O incansável povo cigano empreendeu então uma nova migração. Sabe-se que Cristóvão Colombo, na sua terceira viagem, em 1498, introduziu os primeiros três ciganos que pisavam o Novo Mundo. É sabido também que a Inglaterra e a Escócia enviaram remessas de ciganos às suas colônias americanas da Virgínia, no século XVII e Luisiana. A prática da deportação à América foi seguida nesse mesmo século por Portugal. Segundo este autor, os ciganos espanhóis só podiam viajar à América com permissão expressa do rei. Filipe I decretou em 1570 uma proibição de entrada dos ciganos na América, e ordenou o regresso dos já enviados. É conhecido o caso de um ferreiro cigano (Jorge Leal) que conseguiu autorização para viajar a Cuba em 1602. Teria que esperar à autorização de 1783 para que os ciganos tivessem permissão de residência em qualquer parte do reino.
Entre final do século XVII e meados do XIX produziu-se outro movimento em direção ao oeste de uma numerosa população cigana, fugindo da escravidão ou aproveitando a sua abolição na Moldávia e Valáquia em 1860, ou como consequência do recrudescimento da perseguição na Europa ocidental (especialmente na França e Alemanha). Os ciganos emigraram à América Latina num número que, como sempre, segue sendo um mistério. Segundo Koen Peeters, a independência da Sérvia em 1878 acelerou essa saída, e as causas que explicam o novo êxodo massivo podem ser várias: “Em primeiro lugar, à pressão de assimilação de costumes; em segundo lugar, às novas possibilidades nas suas atividades laborais; e, em terceiro lugar, a motivos comuns a outros emigrantes da Sérvia, como podem ser, por um lado, a idéia de que no Novo Mundo tinham muitas possibilidades de conseguir grandes fortunas, as leis que favoreceram a imigração ou também a aparição de novas possibilidades no que diz respeito a meios de transporte“. Também em torno de 1860, registra-se a saída de ciganos britânicos (“romnichels”) e no início do século XX houve uma nova partida em massa de ciganos valáquios.
A onda migratória diminuiu com o começo da Primeira Guerra Mundial, e não voltou a reiniciar até 1989, ano em que começou a terceira grande diáspora, ainda em curso.
Século XX, perseguição e extermínio
Ver artigo principal: Porajmos
A detenção do fluxo migratório no início do século XX não significou uma melhora das condições de vida dos ciganos. As disposições legais continuaram sendo inúteis (como já o foram antes) na hora de assimilá-los. Na França, por exemplo, uma “lei sobre o exercício das profissões ambulantes e sobre a circulação de nômades” obrigava em 1912 a serem providos de um “carnê antropométrico de identidade” que deveria ser selado em cada final de prazo.
A medida que se aproxima a Segunda Guerra Mundial, a perseguição fica mais dura. O governo prussiano, por exemplo, decidiu acabar com a “moléstia cigana” mediante um acordo internacional desenhado para acabar com a sua forma de vida. Na Baviera, foi elaborado em 1905 um “Livro cigano”, com um censo inicial de 3 mil indivíduos que logo aumentaria com a colaboração de outros estados germânicos. O estado da Baviera autorizou o castigo a trabalhos forçados a todo cigano que não pudesse demonstrar ter um trabalho estável, e a República de Weimar estendeu essa medida para toda a Alemanha.
Os censos de ciganos multiplicaram-se em toda a Europa (França, Inglaterra) e na Suíça, em 1926, começou o costume de sequestrar meninos ciganos para serem educados entre não ciganos, prática que só seria abandonada em 1973.
O auge do nazismo e os excessos da Segunda Guerra Mundial fartaram-se com a crueldade com os ciganos. Tomando como base os censos anteriores, o Centro de Investigação para Higiene Racial e Biologia Populacional do Reich começou a analisar a questão cigana. Depois de uns momentos de dúvida, nos que se esteve perto de classificar aos ciganos dentro da raça ariana, Himmler ordenou a sua internação, e finalmente a sua execução em massa. Em língua cigana, chama-se a esse processo de extermínio “o porraimos”, ou “porajmos”, a destruição. Como sempre, é desconhecido o número exato de vítimas. As estimativas vão desde 50 mil a 80 mil (Denis Peschanski, La France des camps, l’internement 1938-46, Gallimard, 2002, p. 379) até 500 mil a 1 milhão e meio.
Só em Auschwitz-Birkenau morreram mais de vinte mil ciganos. E num só dia, em 3 de agosto de 1944, os últimos 2.897 habitantes das barracas ciganas de Auschwitz, incluindo mulheres e crianças, deixaram para sempre de cantar e dar-se ao entusiasmo.
O genocídio cigano é um fenômeno relativamente desconhecido, no que colaboraram com mais ou menos interesse (igual ao ocorrido no genocídio judeu) às populações autóctones.
Na Europa central e do leste, sob regimes comunistas, os ciganos sofreram políticas de assimilação e restrições da liberdade cultural. Na Bulgária, proibiu-se o uso da língua romani e a representação de música rom em atos públicos. Na antiga Checoslováquia, dezenas de milhares de ciganos da Eslováquia, Hungria e Romênia foram reassentados em regiões fronteiriças da Morávia, e foi proibido o estilo de vida nômade. Na Checoslováquia, onde foram classificados como “estrato social degradado”, mulheres ciganas foram submetidas a esterilizações como parte da política do Estado para reduzir o seu crescimento demográfico. Essa política foi posta em prática mediante incentivos financeiros, ameaças de retirada de subsídios sociais, desinformação e esterilização involuntária.
No início da década de 1990, a Alemanha deportou dezenas de milhares de imigrantes à Europa Central e Oriental. Cerca de 60% de uma população de 100 mil cidadãos romenos foram deportados, de acordo com um tratado de 1992, eram ciganos.
No terceiro quarto do século XX começou também um importante movimento associativo cigano, em especial, a partir do Primeiro Congresso Cigano de Londres, de 1971.
Século XX, a terceira grande diáspora
Povoado cigano na Eslováquia
Com a queda do muro de Berlim em 1989, o desmantelamento dos estados autoritários da Europa Central e do leste e a crise econômica e, especialmente, por causa da guerra da Iugoslávia, começa a terceira grande diáspora cigana. Esse movimento migratório (que novamente passa despercebido para a opinião pública), realiza-se, como é habitual, do leste para o oeste. As estimativas são de 200 a 280 mil ciganos desprezados do leste ao oeste europeu desde 1960 a 1997.
Com a deterioração política da antiga Iugoslávia, 40 mil ciganos chegaram à Itália e outros 30 mil à Áustria.. A crise econômica gerou, também, uma intensa rota migratória desde a Romênia aos países da Europa próspera numa quantidade ainda por calcular. As leis de cidadania discriminatórias na República Checa, por exemplo, são um expoente de velhas e novas formas de discriminação.
Segundo informações do Banco Mundial na Europa há uma população entre 7 e 9 milhões de ciganos, dos que ao redor de 568mil (2002) vivem na Romênia, ainda que percentualmente a presença maior do povo cigano é a da República da Macedônia, onde representa 11% da população. A maior parte da população cigana da Europa central na zona balcânica vive com menos de 3 euros por dia per capita e 89% dos ciganos búlgaros não podem cursar estudos primários.
No Brasil, estima-se que existam entre 678 mil (estimativas do governo) e 1 milhão de ciganos. Já em Portugal, são estimados em cerca de 40 mil indivíduos.
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